ANÁLISE ESPACIAL DAS INTERNAÇÕES E MORTALIDADE FEMININA POR AGRESSÃO NO BRASIL: COMPARAÇÃO ENTRE OS PERÍODOS PRÉ-PANDÊMICO E PANDÊMICO
Resumo
Objetivo: georreferenciar os registros de internações e óbitos femininos ocorridos por agressão no Brasil, durante o período pré-pandêmico da COVID-19 e pandêmico. Material e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e transversal, com abordagem quantitativa, baseado em dados secundários do DATASUS, utilizando os códigos X85 a Y09 da CID-10. Foram analisadas variáveis como faixa etária, raça/cor e unidade federativa de ocorrência. Também foram produzidos mapas temáticos por meio da plataforma MapChart para identificar padrões geográficos das taxas de mortalidade feminina por agressão. Resultados: O período analisado registrou 7.136 internações e 468 óbitos de mulheres por agressão, com maior concentração entre mulheres pardas (63%) e na faixa etária de 15 a 39 anos (54%). As maiores taxas de mortalidade por 100 mil mulheres ocorreram nos anos de 2020 (2,73) e 2021 (2,64), com destaque para os estados de Goiás (9,35 em 2022). A análise espacial revelou maior concentração de feminicídios em unidades federativas situadas entre as longitudes -47° e -63°, com tendência de maior letalidade em regiões mais afastadas dos centros político-econômicos nacionais. Houve correlação estatisticamente significativa entre longitude e taxa de feminicídio, sugerindo influência da localização territorial na vulnerabilidade à violência letal. Conclusão: o isolamento social intensificou a violência contra mulheres, evidenciando a urgência de políticas públicas eficazes e ações preventivas que considerem a complexidade e gravidade do problema, com foco no fortalecimento da rede de proteção e na promoção de justiça de gênero.
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